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sábado, 27 abril 2024

QMA? Conheça as características do Queijo Minas Artesanal e as regiões produtoras em MG



QMA pode ser produzido legalmente em toda Minas Gerais, mas apenas os que são feitos nestes locais podem usar o nome na embalagem.

Por: Lara Silva, g1 Sul de Minas

Legenda: Queijo Minas Artesanal da Canastra — Foto: Devanir Gino/EPTV

Selo ‘Entre Serras & Queijos’ — Foto: Rafael Lourenço / EPTV

Queijo e Minas Gerais. Combinação perfeita! A sinergia é tanta que fez o estado ser reconhecido no país e no mundo pela produção da iguaria. Em Minas, existem diversos tipos de queijo, como o Minas Frescal, Padrão e Artesanais, mas apenas 10 regiões podem dizer que são produtoras do Queijo Minas Artesanal ou QMA, como é conhecido.

A EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, exibe aos sábados, durante o mês de outubro, o programa “Entre Serras e Queijos”, que mostra a história e as curiosidades da cultura queijeira.

Assista na íntegra o 3º episódio do programa “Entre Serras e Queijos”

Mas afinal, o que é QMA? O selo de Queijo Minas Artesanal é dado para os queijos feitos com leite de vaca cru, sem pasteurização, com uso do pingo (fermento natural) e que costumam seguir os processos tradicionais de maturação, também conhecido na região como “queijo de tábua” ou queijo amarelo.

Queijo Minas Artesanal Canastra — Foto: Devanir Gino/EPTV

As regiões produtoras de Queijo Minas Artesanal são: Serro, Cerrado, Araxá, Triângulo Mineiro, Canastra, Campos das Vertentes, Diamantina, Serra da Ibitipoca, Serra do Salitre e Entre Serras da Piedade ao Caraça.

O QMA pode ser produzido legalmente em toda Minas Gerais, mas apenas os que são feitos nestes locais podem usar o nome na embalagem.

“O queijo Minas artesanal, o QMA, ele é uma marca daquilo que a gente chama de tradições alimentares. O que são essas tradições? Tradição significa, ao contrário do que muita gente pensa, transmissão no tempo. A tradição não significa permanência das coisas como eram antigamente. Permanecem valores, permanecem técnicas, permanecem formas, mas mudam muito instrumentos, conceitos, capacidades criativas e muda-se muito o terroir”, disse José Newton Coelho Meneses, professor da UFMG e doutor em história.

Serra da Canastra — Foto: Devanir Gino/EPTV

“O que é o terroir? Esse conjunto ecológico em torno da produção leiteira e da produção do queijo, que formatam cor, sabor, consistência e a própria carga microbiana que tem dentro desse alimento, que é um alimento vivo, um alimento que não morre nunca”, afirmou.

De acordo com o Governo de Minas, mais de 3,1 mil agroindústrias produzem Queijo Minas Artesanal em Minas Gerais. A produção estimada é de 21,8 mil toneladas por ano, o que representa 65,2% da produção dos queijos artesanais das agroindústrias familiares.

Conheça as regiões produtoras de QMA:

  1. Serro;
  2. Canastra;
  3. Cerrado;
  4. Araxá;
  5. Triângulo Mineiro;
  6. Campo das Vertentes;
  7. Serra do Salitre,
  8. Serras da Ibitipoca;
  9. Diamantina;
  10. Entre Serras da Piedade ao Caraça

Serro

A região do Serro é composto pelos municípios Alvorada de Minas, Coluna, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro.

Povoada a partir de 1700, a região é considerada a porta de entrada do queijo em Minas Gerais. O local começou a ser povoado pelos bandeirantes, que estavam em busca de ouro.

Queijo Minas Artesanal do Serro — Foto: Devanir Gino/EPTV

Segundo o mediador do museu de Serro, a semelhança da região com a Serra da Estrela, em Portugal, influenciou no modo de produção do queijo.

“Conta-se que em 1704, aliás a gente tem registros disso, que em 1704 um senhor trouxe da Bahia algumas cabeças de gado pra essa região. Esse gado foi sendo assim cuidado aqui e tinha que se negociar a sobra do que esse animal produzia, né? Uma fartura, uma abundância de leite. Daí surgiu o queijo. […] Provavelmente tinha alguém que conhecia essa técnica de produção de lá, que foi adaptada aqui na região de Vituruí, na Vila do Príncipe”, contou.

Em 2002, o Queijo do Serro se tornou Patrimônio Imaterial de Minas Gerais. Em 2008, o produto também foi declarado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan.

Serro, MG — Foto: Devanir Gino/EPTV

O modo de fazer tradicional e as condições de clima e solo conferem características peculiares de sabor e identidade ao Queijo Minas Artesanal do Serro. A ação das bactérias encontradas no solo dos arredores da Serra do Espinhaço proporcionam o sabor levemente ácido, porém suave, dos queijos da região.

As peças, de 700 g a 1,2 kg, apresentam consistência compacta, cor amarelada e interior semiduro.

Canastra

Queijo Minas Artesanal da Canastra — Foto: Devanir Gino/EPTV

A região da Canastra é composta por 10 municípios. São eles: Bambuí, Córrego Danta, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São João Batista do Glória, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita.

Com mais de 200 anos de tradição, o Queijo da Canastra é feito em uma região que atrai turistas, surpreende com a rica fauna, ostenta uma vegetação generosa e oferece o famoso terroir para o queijo.

De acordo com a Emater, “o Queijo Minas Artesanal da Canastra apresenta características físicas e sensoriais inconfundíveis, determinadas por um conjunto de fatores relacionados ao clima, topografia e altitude. O resultado desse microclima único é um queijo de agradável sabor ácido, com textura homogênea, que varia de semidura a macia, em cor creme claro. As peças têm entre 1 kg e 1,2 kg”.

A região do Cerrado é composta por 19 municípios produtores de Queijo Minas Artesanal. A casca é fina, amarelada, com massa compacta, que varia de semidura a macia, e até ligeiramente amanteigada. De acordo com a Emater, o sabor ligeiramente ácido, sem ser picante, agrada aos diversos paladares.

Araxá

A produção do Queijo Minas Artesanal de Araxá é uma tradição de mais de 200 anos. Os queijos pesam entre 1kg e 1,2 kg, com casca fina e amarelada.

Segundo a Emater, o interior do queijo deve ser homogêneo, com consistência semidura a macia, por vezes amanteigada, e cor de creme. O sabor é ácido, mas não picante.

Municípios: Araxá, Campos Altos, Conquista, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana, Tapira e Uberaba.

Triângulo Mineiro

QMA Triângulo Mineiro — Foto: Governo de Minas

De acordo com a cartilha da Emater sobre as regiões produtoras de QMA, a fertilidade do solo e a abundância de água de qualidade imprimem as características físicas e sensoriais tão apreciadas do Queijo Minas Artesanal do Triângulo Mineiro.

A casca fina e amarelada protege o interior de massa compacta, com textura de semidura a macia e sabor suavemente ácido.

Campo das Vertentes

Queijo Minas Artesanal Campo das Vertentes — Foto: Daniel Pereira/Governo de Minas

“O processo de fabricação do Queijo Minas Artesanal do Campo das Vertentes mantém-se fiel ao modo de fazer dos primeiros moradores da região, no Sudeste do Estado. O queijo é produzido com peso entre 700 g a 1 kg, com o interior semiduro, de cor branca-amarelada. O sabor é ligeiramente ácido, porém suave”.

Municípios: Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carrancas, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Prados, Piedade do Rio Grande, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São João Del-Rei, São Tiago e Tiradentes.

Serra do Salitre

Na Serra do Salitre, a produção do Queijo Minas Artesanal é concentrada no município que dá nome à região. O produto se destaca pela cor amarelo-ouro, consistência compacta e sabor suave, com baixa acidez, em peças que variam de 800 g a 1,2 kg.

Serras da Ibitipoca

Queijo Minas Artesanal – Serras da Ibitipoca — Foto: Devanir Gino/EPTV

De acordo com a Emater, a grande diversidade de relevo é característica da região das Serras da Ibitipoca. A microbiota típica e o modo de fazer tradicional resulta em um queijo amarelo-claro semiduro, com o centro mais macio e sabor suave, apenas levemente ácido.

São 15 cidades envolvidas: Andrelândia, Arantina, Bias Fortes, Bom Jardim de Minas, Lima Duarte, Olaria, Passa-Vinte, Pedro Teixeira, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita do Ibitipoca, Santa Rita do Jacutinga, Santana do Garambéu, Seritinga e Serranos.

Diamantina

A região abrange nove municípios: Diamantina, Gouveia, Datas, Monjolos, Couto de Magalhães de Minas, São Gonçalo do Rio Preto, Felício dos Santos, Senador Modestino Gonçalves e Presidente Kubitschek.

De acordo com a Emater, o reconhecimento da região levou em consideração o processo de fabricação, as características sensoriais e aspectos gerais do queijo, além do perfil dos produtores e das propriedades. Também foi feito o levantamento dos aspectos tradicionais e evidências da produção de queijo nestes municípios.

Esta foi a nona região do estado a ser reconhecida oficialmente como produtora do tradicional queijo mineiro pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), por meio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Entre Serras da Piedade ao Caraça

A região “Entre Serras da Piedade ao Caraça” é a 10ª região de Minas Gerais reconhecida oficialmente como produtora de Queijo Minas Artesanal. Ela contempla os municípios de Catas Altas, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Rio Piracicaba, Bom Jesus do Amparo e Caeté.

Fonte: G1

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