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segunda-feira, 18 março 2024

Depoimentos

Impressões de viagem – Os depoimentos de quem já esteve lá

Valeu a pena tudo. O lugar é magnífico e mágico.

Ficamos na pousada Nascente, em São Roque de Minas. Acordamos às 07h00 ao som das maritacas, que lá eles chamam de mulata. Barulhentas que só!  Nosso guia Elossandro (Sandro) nos encontrou às 08h00, seguimos então para o Parque Nacional da Serra da Canastra. Que emoção! Na entrada do parque senti um odor muito forte, nosso guia nos disse ser a Urina do Lobo.

Ah! detalhe:  o carro que fomos é uma perua Pálio Adventure, e devido ao fato de estarmos em seis pessoas eu fui na parte do fundo, no  “maleiro”: que visão!!! À medida que o carro subia a serra, eu tinha uma visão panorâmica  em 3D !!!

Outro detalhe: nosso guia tem um conhecimento muito grande sobre o parque, sobre a fauna e flora local e é expert em orquídeas.

Chegando a determinado ponto com ruínas de construções de rochas, encontramos uma cobra verde (imagino que seja uma Cipó). Inofensiva, se assustou e foi embora…. Não antes de ser fotografada!

Ainda no caminho, um carcará. Bem imponente, fez pose para foto!… Encontramos fezes do lobo, e o cheiro característico da urina por todo o parque.

Chegamos à nascente do rio São Francisco. Muito bonita. Foi mágico o momento!!!

Da portaria do parque até o início da trilha da cachoeira Casca d’Anta são aproximados 36 km, que foram percorridos de carro. Subimos em um mirante natural de onde é possível avistar parte da Serra da Canastra e da Serra da Babilônia,  ambas imponentes e lindas!!! Lanchamos ali mesmo. O guia tirou da mochila uma flauta de bambu e começou a produzir um som que nos fez viajar muito longe. O barulho do vento, o som da água da cachoeira, o som da flauta , aquela visão soberba…. Por instantes vi o filme dos meus sonhos… Foi mágico e indescritível!!!

Iniciamos a trilha da cachoeira Casca d’Anta. Difícil, muito difícil.  Sobe morro, desce morro, mas a cada curva uma surpresa, lindas e diversas sempre-vivas, que também posaram para foto.

Encontramos em alguns afloramentos algumas Drosera (Planta Carnívora).

Confesso que me cansei bastante, mesmo! Mas quando chegamos a outro mirante de onde se avista a cachoeira Casca d’Anta inteira, o meu desgaste físico foi embora. Sentei e quase chorei de emoção!

Descemos mais um pouco! Chegamos!!! Mais um mirante onde já é possível sentir pingos d’ água. Quando chegamos ao local mais próximo da famosa queda de 200 metros, foi incrível! A cachoeira não cabe no enquadramento da máquina fotográfica. É lindo,  magnífico, sublime. As primeiras palavras que eu consegui proferir foram: “ meu Deus, que perfeição!”.

As lágrimas rolaram. Fomos para uma piscina natural na qual nos banhamos. Parecíamos crianças com doce!!!! Voltamos e neste momento, chamei Jesus várias e várias vezes. A trilha é puxada!! Mas conseguimos!. Retornamos para a pousada e no caminho de volta o carro caiu em um grande buraco.  Já era noite. Contamos com a experiência do guia para desatolar o carro.

No domingo fomos conhecer uma RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural, a Cachoeira do Cerradão. Logo na entrada já se tem uma visão magnífica. Seguimos a trilha para a cachoeira. Em determinado instante, o guia disse que iríamos conhecer o orquidário. Eu procurei estufa, casa, estas coisas… Quão tola fui!!! O orquidário fica em plena trilha, um pequeno desvio do caminho!!!! Sublime!!! Neste local vimos o pássaro “alma de gato”!

Chegando na cachoeira e… outro suspiro….! Essa tem aproximadamente 200  metros, porém  dividida em três quedas. Foi possível se banhar bem abaixo de sua caída, algumas partes com 3 m de profundidade, outras mais profundas ainda, com bastante rochas no fundo.

Fui atrás da queda d’água e não consegui segurar…  as lágrimas de emoção corriam soltas e neste momento a ligação com Deus foi tão forte que em pensamento conversei com ele. Pedi coisas, agradeci outras, pensei em minha família e naqueles que amo, pedi é claro ajuda em minha carreira! Fiquei ali no mínimo uns 5 minutos sozinha!. Na volta uma jaguatirica atravessou o nosso caminho! Imagina que eu pensei (ironizando): é só um gato, cadê o tamanduá-bandeira?

Vimos os rastros dele, sua ação nos formigueiros, mas o danado não apareceu! Vimos também um urubu–rei , voando feito o dono do mundo! Vimos também um gavião carijó.

Voltamos para a  cidade. Existem algumas cozinhas mineiras, com comida feita em fogão a lenha. Uma senhora de 70 anos, a dona Maria, fez a nossa. Comemos até nos fartar. Voltamos para a pousada, tomamos banho, nos despedimos do guia e pegamos a estrada de volta às 17h00. Nos arredores da cidade vimos o tucanaçu, aquele com a mancha preta no bico. Vimos três deles!

Mais à frente, adivinha quem  veio se despedir, toda curiosa??? A voz do cerrado: a seriema: eram três, que atravessaram a pista e ficaram nos observando a uma distância segura… O tamanduá e o lobo guará não apareceram, mas tudo bem. Eu os perdôo porque  prometi voltar em breve! ”

Cristina G. Carvalho - Guarulhos - SP

“Estive aí na Serra da Canastra no ano passado em uma excursão organizada pela minha escola. Estava entusiasmado, mas não muito. Contava os dias para a viagem, horas, minutos e segundos. Na hora do embarque, foi aquele frio na barriga: ia conhecer lugares novos dos quais nunca tinha ouvido falar. A viagem foi tranqüila, viajamos durante a noite; não deu para ver muito o percurso. Chegando aí tomei um café da manha típico, com o maravilhoso pão de queijo de Minas; conheci o lugar onde passaria os dias e pé na estrada. No primeiro dia conheci a parte de baixo da Serra. Me surpreendi a cada instante: as cachoeiras magníficas, a biodiversidade encantadora, a água era um pouco gelada; mas não o suficiente para impedir um mergulho! O primeiro dia foi encantador. À noite imaginava o que aconteceria no dia seguinte. Acordei, me arrumei, tomei o café da manhã e pé na estrada outra vez… Conheci a cachoeira Casca D’ Anta na parte de baixo, digna de cartão postal. Tirei muitas fotos dela, amei o lugar. Mas o que é bom dura pouco! Chegou o dia de voltar para casa. Triste dia, é claro; sair de um lugar tão bonito para voltar à agitada vida de uma cidade grande. Espero voltar. Espero, não; votarei um dia!…”

Renan Vilela Bitolem

“Gostaria de agradecer a receptividade e simpatia com que fui envolvido por vocês.
Seguramente, a beleza do lugar que visitei foi enriquecida por um grupo tão agradável como o da Tamanduá Ecoturismo. Espero poder manter o contato e assim contribuir ainda mais para guardar dentro de mim a beleza inigualável deste maravilhoso lugar.”

André Szklo - Rio de Janeiro

“Gostei muito da viagem na serra. É muito linda, a biodiversidade é fantástica, foi emocionante, com direito a tudo: chuva, barro, carro atolado, animais, cachoeiras, jantar/almoço na fazendinha, guia muito brother, sr. Antonio Ricardo, raposa na pousada, café da manhã show, pernilongo gigante, grilo, pôr-do-sol, estrelas, lua e muita energia e paz. Valeu! Pretendo voltar! Um forte abraço para você, Jones, o Brito e Ana Lúcia.”

Freddy Duclerc - São Paulo

A Canastra

“A terra dos sonhos. Houvesse criador, seria de suas mais perfeitas obras. Um maciço que subiu no Pré-Cambriano, sem milonitos visíveis, ainda no Gondwana, e que viu, Triássico talvez, a planície derreter-se ao redor. O gêmeo ao lado, o maciço da Babilônia, mais largo, viu derreter-se a planície entre suas bordas, e fora delas. Duas construções da natureza, diferentes e belas, cada qual com sua beleza característica. A Babilônia, habitada ainda hoje, pequenas fazendas, pequenos fazendeiros, mineiros que nunca viram minas de ouro e diamantes e que têm no queijo e na parca produção agropecuária sua fonte de sustento e de vida, uma vida dura mas alegre, sem sobressaltos, com poucas modernidades e com muito afeto. Famílias unidas, crianças vestidas com simplicidade e até rusticidade, mas sorridentes e com poucas carências à mostra. Café, queijo com goiabada, pão caseiro, oferecidos de coração a desconhecidos e estranhos visitantes com cheiro de cidade. Que, na visita seguinte, viram a carinha alegre das crianças ao contato com enlatados e pequenos presentes da vida urbana industrial: leite condensado, achocolatados, ervilhas e palmitos. Pequenos luxos a que não se permitem e que, em verdade, lhes são absolutamente desnecessários. Mas que aceitam com prazer, simples que são, como se fossem — e não o são — desconhecedores da riqueza e fartura em que vivem, de alimento material e de afeto também. O Vale da Babilônia, com suas casas simples, telhados de pedra mineira, pais e filhos, dos pequenos aos maiores, trabalhando juntos, tem um encanto humano, ocupação agropastoril, poucas cachoeiras mas muitas aguadas, poucos campos floridos mas muitas árvores e pastagens.

A vizinha, gêmea mas diferente, a Canastra, não tem mais fazendas, fazendeiros e gente. Há quase vinte anos, protegida por lei como parque nacional, seus últimos moradores acabaram abandonando as casas de aparência tosca, mas fortes, que duram há duzentos anos. Deixaram, intactas, cachoeiras, pequenas e grandes, aguadas muitas, vegetação baixa de cerrado de altitude e vastos campos, que ficam floridos em época própria. Muros de pedra, currais de pedra, casas de pedra, testemunho do trabalho escravo de duzentos anos, continuam lá. Cantaria primitiva, sem elaboração, junto com algumas casas de alvenaria também primitiva, taipa de pilão, e mesmo tijolos de barro cozido. Abaixo, escavado, cavocado, revolvido, um vale que no passado ofereceu diamantes e cristais, hoje habitado por gente simples, mineiros de queijo e pão de queijo, mas mineiros de minas não mais.

Não é uma vegetação exuberante. Tem ilhas e traços, nas matas ciliares, das imponentes florestas encontradas ainda hoje, pouco, na Mantiqueira e no que restou da Serra do Mar. Não que tenha sido devastada. É que, cerrado de altitude, tem mesmo vegetação modesta, minúsculos lírios, plantas adaptadas aos ventos, ao frio e ao calor que, alternadamente, bafejam o altiplano recortado, definido, mas não exatamente uma chapada, em forma de um imenso baú. Tem flores pequenas, de vestuário simples, mas deslubrantes em sua beleza pequena pelo tamanho, mas rica para quem a sabe achar. E achar a beleza é uma arte. Pode estar escondida, pequenina, em um inseto minúsculo e despretensioso. Numa teia de aranha primorosamente tecida, numa aranha pequena mas multicolorida. Numa flor pequena, escondida, de colorido pálido ou vivo, mas que precisa ser descoberta. Pode ser necessário procurar sob a pedra — e nunca se sabe o que se vai encontrar, debaixo dela. Nesse altiplano, não uma lagartixa. Mas talvez um lagartinho verde, pequenino, arisco e veloz. Um besouro multicolorido. Jamais um sapo, porém. Mas talvez uma pequenina rã, com estrias escuras.

Com muita sorte, a beleza poderá se apresentar visível num casal de paturis raros, ameaçados de extinção. Com alguma sorte, numa matilha de cachorros-do-mato, num tamanduá de andar bamboleante, em veados ariscos, em lobos-guará magros e de pernas bem compridas. Sem que seja necessário sorte, a beleza estará visível em gaviões, corujas, tucanos, em bandos de pássaros. Visível em um pássaro como que pintado de preto e branco, com uma cauda muito bonita e delicada. Apelidei-o de Paulistinha. E me pego, frequentemente, lembrando dele voando um vôo especialmente gracioso, livre, sobre campos floridos.

Também não depende da sorte ver a beleza escancarada em águas frias, peixinhos brincando de beliscar a gente, nas piscinas naturais antes e depois das muitas, muitas cachoeiras da Canastra. É da cachoeira dos Rolinhos que me lembro com mais saudade, porque permite avistar um por do sol magnífico, ao som de uma cascata aconchegante e de beleza rara.

Sim, o acaso, o destino. O acaso me levou a descobri-la, a minha Canastra. E, como a descobri, me pertence. Ainda que dela não tome posse, ainda que não a possa visitar sempre, e ainda que deseje compartilhá-la, preservada como está, com todos os que a queiram visitar, respeitando-a e ajudando a preservá-la.”

Araraquara, SP, sexta-feira, 25 de fevereiro, 2000, pouco depois do meio-dia.

Elcio Machado Silva -  bancário e jornalista.

Uma aventura Mágica 

Texto e fotos  Carla Durante e Fernando Filoso

Ver onde o rio São Francisco nasce e logo depois poder mergulhar em suas águas foi como ganhar de presente um momento de magia. Os raios do sol penetravam o verde profundo e esmeralda daquele rio que logo adiante derramaria suas águas em cachoeiras que enchem nossos olhos da mais bela visão que um rio pode nos dar: o movimento. Ouvíamos o som desse percurso, ora mais forte e perto, ora mais calmo…quase distante. Era o vento quem regia seu volume.

Caminhamos e subimos por uma pequena trilha e lá de cima nos deparamos com mais um espetáculo: a Casca d’Anta. Estávamos na parte alta da cachoeira.Podíamos admirar todas aquelas árvores que pareciam tão pequeninas lá embaixo…elas nos faziam sentir que também éramos pequenos…
Grande e exuberante, a natureza apresenta-se bela e delicada. Conhecê-la é importante. Aprender a respeitar seu delicado equilíbrio é essencial.

Começamos a caminhada pela trilha que nos levaria à parte baixa da cachoeira. Embora para baixo todo santo ajude (que dirá São Francisco!),a caminhada requer um certo fôlego e uma garrafinha d’água. Um filme de 36 poses também é recomendável: a paisagem é sempre linda!
Chegamos, por fim, depois de mais ou menos uma hora e meia, ao início de uma nova trilha – desta vez quase sempre plana e sombreada – que nos conduziria à cachoeira. Antes de chegar bem perto dela, há um mirante. De lá podemos tirar fotos, sentar um pouco à sombra, admirar sua magnitude. Aproveite, pois não é fácil enquadrar a Casca d’Anta por inteiro no visor de sua câmera quando você estiver bem perto dela.Simplesmente não cabe! Ela é enorme! E linda!Quando você chegar lá vai entender. Aí, então, feche os olhos, preste atenção no som da água caindo, sinta alguns pingos dela no seu rosto apenas por um instante. Depois abra seus olhos e não perca um minuto deste espetáculo!

Voltamos quase no final da tarde. No caminho avistamos a Canastra,a serra que dá nome ao parque. Um paredão grande, alto, reto…quase uma caixa, um baú, uma canastra…

No dia seguinte, novas caminhadas, outras trilhas, outra cachoeira:a do Cerradão. Estivemos sentados sobre as pedras que dividem a região:de um lado a visão de uma fazenda, o gado, o cerrado…do outro um desfiladeiro…árvores, rio, pássaros. É impressionante o desnível. Lanchamos à beira do rio, ao som da natureza.

Na trilha no caminho de volta, uma surpresa: um tamanduá-bandeira!!! Grande, lindo! Intrigado, curioso e assustado, ele correu. Nós também. Nessa euforia ganhamos alguns carrapatos como nossos hóspedes. Mas,achamos por bem melhor deixá-los ali, no cerrado. São Paulo não é seu lugar. Deles fica a lembrança… que coça de vez em quando. Do tamanduá ficou a fotografia. Mas mais que isso, a imensa alegria de descobrir que ele ainda não está extinto(graças a Deus)! Nós o vimos!

O último dia foi a aventura maior. Exploraríamos a Gruta do Tesouro. É claro, não estávamos ali em busca de ouro ou pedras preciosas, o tesouro que procurávamos era de profunda beleza: as estalactites e as estalagmites no seu interior. De formas e tamanhos variados transformam a caverna em Gruta do Tesouro.

Caminhar lá dentro não é fácil e não é para qualquer um: além de uma lanterna, única fonte de luz,é preciso também ter um certo espírito explorador. Caminha-se quase o tempo todo com os pés na água que é limpa e fria. As vezes a água chega na altura da barriga, às vezes molha só o dedão do pé.

Qualquer que seja a dificuldade, ela é compensada: sempre há uma formação diferente para se apreciar. Apontamos a lanterna e o feixe de luz nos mostra o trabalho de muitos anos que a natureza levou para cristalizar calcário em formas tão divinas e diversas. Tocá-las é proibido, são tão frágeis que poderíamos quebrá-las. As estalactites e as estalagmites estão ali só para serem vistas. No máximo fotografadas.

Saímos lá de dentro quase 3 horas depois, sujos (de terra) mas com a alma lavada. De qualquer forma, para aqueles que não têm medo de água fria, há sempre a oportunidade de um banho na cascata que fica bem pertinho da saída da gruta. Ótimo para recarregar as energias!

Já estava chegando a hora de ir…Momento mais difícil de nossa jornada. Descansamos um pouco no hotel, jantamos na hospitaleira cidade de São Roque de Minas e… partimos de volta para São Paulo.

CARLA MARGOSIAN DURANTE -trabalha na editoria de arte do jornalismo da TV Globo de S.Paulo
FERNANDO FILOSO - é sócio da empresa "Estação Gráfica" onde trabalha com computação gráfica

Carla e Fernando viajaram com roteiro personalizado da Tamanduá Ecoturismo.

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