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terça-feira, 19 março 2024

Serra da Canastra



O ENCANTO DAS ÁGUAS

“Enquanto tive diante dos meus olhos a Serra da Canastra, desfrutei de um panorama maravilhoso. À direita descortinava uma vasta extensão de campinas e à esquerda tinha a serra, do alto da qual jorravam quatro cascatas.”

Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) em “Viagem às nascentes do rio São Francisco”

A região da Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, possui algumas das mais deslumbrantes e desconhecidas paisagens do Brasil. Durante muito tempo, esteve isolada por precárias estradas de terra e só há poucos anos entrou nos roteiros de viagem como lugar privilegiado para a prática de esportes radicais, vivência ambiental e turismo ecológico.

A região ecoturística da Serra da Canastra tem mais de 200 mil hectares e abrange 6 municípios: São Roque de Minas, Vargem Bonita, Sacramento, Delfinópolis, São João Batista do Glória e Capitólio. A maior atração é o Parque Nacional da Serra da Canastra, criado em 1972 para proteger as nascentes do rio São Francisco e tem a portaria principal a 8 km de São roque de Minas. Dentro do Parque Nacional estão alguns dos mais belos cartões postais do Brasil, como a cachoeira Casca D’Anta, de quase 200 metros, a primeira grande queda do “velho Chico”.

Galeria de Fotos

A região é o berço de muitos rios que ajudam a formar as bacias do São Francisco e do Paraná. Rios de uma infância ruidosa, cheia de corredeiras e cachoeiras que passam dos 200 metros de altura.

A paisagem se alterna entre campos rupestres cheios de delicadas flores, cerrado típico e matas de galerias com exuberante vegetação atlântica. É nesse ambiente que vivem protegidas espécies de animais ameaçados de extinção, como o tamanduá-bandeira, o lobo-guará, o tatu-canastra e o pato mergulhão.

A vida rural mantém as velhas tradições da cultura da região, como a arquitetura do século 19, os muros de pedra sem cimento, o queijo canastra e o carro de boi.

Tudo forma um conjunto de rara beleza ainda preservado e fiel à descrição apaixonada do naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire.

Atenção

O horário de entrada no Parque Nacional da Serra da Canastra é até as 16h00. Saída até as 18h00. Horários alternativos somente com prévia autorização da chefia do Parque;

O acesso ao Parque Nacional e demais atrações é por terra. As condições de tráfego podem ser precárias em época de chuva. Informe-se previamente.

RIO SÃO FRANCISCO - Dados Técnicos

Gerais

 A bacia do São Francisco possui uma área de 640.000km² e o curso principal do Rio tem uma extensão de 2.700km entre as cabeceiras, na Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, no estado de Minas Gerais, e a foz, no Oceano Atlântico, entre os estados de Sergipe e Alagoas, onde se observa uma vazão média anual de 2.980m³/s, o que corresponde a uma descarga média anual da ordem de 94 bilhões de m³.

No Chapadão do Zagaia, onde nasce, a altitude é de 1428m. O Rio, então, segue a direção geral sul-norte até a confluência com o Urucuia, onde inicia um grande arco com direção norte-nordeste até a cidade de Cabrobó (PE), girando, então, para leste e logo depois, para sudeste, até a foz.

Afluentes

 O rio São Francisco possui 36 afluentes de porte significativo, dos quais somente 19 são perenes. Os mais importantes são os da margem esquerda. Nela existem cinco rios com áreas de drenagem entre 18.000km² e 76.000km² e desníveis entre 100 e 400m.

Os principais afluentes do São Francisco são:

Margem esquerda: vazão e área da bacia
Paracatu436 m³/s46.000 km²
Urucuia251 m³/s26.000 km²
Carinhanha150 m³/s18.000 km²
Corrente251 m³/s35.000 km²
Grande262 m³/s76.000 km²

 

Margem direita: vazão e área da bacia
Paraopeba115 m³/s12.500 km²
Das Velhas292 m³/s29.000 km²
Jequitaí46 m³/s8.830 km²
Verde Grande19 m³/s35.000 km²

Vazão

As autoridades só começaram a se preocupar com o rio São Francisco no primeiro ano em que a navegação fluvial foi interrompida em 1971.
Acredita-se que, no império, o rio descarregava 2.800m³/s. Por volta de 1910 a sua descarga era de cerca de 1.200m³/s a qual decaiu, contudo, para 800m³/s em 1933. Em 1971, a descarga estimada era de 500m³/s.

Vazões médias anuais observadas ao longo do rio, durante os últimos vinte anos são:

Barragem de Três Marias

707 m³/s

Pirapora

768 m³/s

São Romão

1.520 m³/s

São Francisco

2.082 m³/s

Barragem de Sobradinho

2.800 m³/s

Foz

2.980 m³/s

Na sua foz, as vazões médias são:

Anual Máxima

5.244 m³/s

Anual Média

2.980 m³/s

Anual Mínima

1.768 m³/s

Máximas Mensais (Março)

13.743 m³/s

Máximas Mensais (Outubro)

644 m³/s

Subdivisão

O rio São Francisco está dividido em 4 regiões fisiográficas desde a sua nascente na Serra da Canastra até a sua foz no Atlântico.

Alto São Francisco

Situado no estado de Minas Gerais, estende-se desde as cabeceiras, na Serra da Canastra, município de São Roque de Minas, até a cidade de Pirapora, abrangendo a Usina Hidrelétrica de Três Marias. É uma região de muitas chuvas respondendo por 3/4 do escoamento total do rio.

Altitude: 1.600 a 600m
Sub-bacias: Rio das Velhas, Pará, Indaiá, Abaeté e Jequitaí Vegetação: florestas e cerrados
Pluviosidade: 1.000 a 1.500mm/ano
Chuvas: verão de novembro a abril
Temperatura média: 23ºC com mínima de 0ºC em alguns pontos Evaporação: 2.300mm/ano
Clima: tropical úmido e um pouco de temperado
Principais cidades: Patos de Minas e região metropolitana de Belo Horizonte

Médio São Francisco

Compreende o trecho desde Pirapora até a cidade de Remanso (BA), situando-se nos Estados de Minas Gerais e Bahia.
Característica digna de nota é a margem esquerda do São Francisco, bem mais úmida, com rios permanentes e vegetação perenifólia. Na margem direita, a precipitação é menor, os rios são intermitentes e a vegetação é típica de caatinga.

A região admite a subdivisão em Médio Superior e Inferior, sendo que o primeiro abrange o trecho entre Pirapora e a fronteira com a Bahia, limitado pelos rios Carinhanha a oeste, e Verde Grande a leste. O Médio Superior tem características que mais se assemelham às do Alto que às do Médio propriamente dito.

Altitude: 2.000 a 500m
Sub-bacias: Pilão Arcado, Jacaré Paracatu, Urucuia, Carinhanha, Corrente, Grande, Verde Grande e Paramirim
Vegetação: cerrado e caatinga
Pluviosidade: 600 a 1.400mm
Chuvas: verão de novembro a abril
Temperatura média: 24ºC
Evaporação: 2.900mm
Clima: tropical semi-árida
Principais cidades: Montes Claros e Januária em Minas Gerais; Formosa em Goiás; Barreiras, Guanambi, Irecê e Bom Jesus da Lapa na Bahia; e Brasília no Distrito Federal.

Submédio São Francisco

Abrange áreas dos Estados da Bahia e Pernambuco, estende-se de Remanso até a cidade de Paulo Afonso – BA. É onde o rio atravessa a região mais seca de seu percurso.

Altitude: 800 a 200m
Sub-bacias: Pajeú, Tourão, Vargem e Moxotó
Vegetação: caatinga
Pluviosidade: 350 a 800mm
Chuvas: verão de novembro a abril
Temperatura média: 27ºC
Evaporação: 3.000mm
Clima: semi-árido
Principais cidades: Juazeiro e Paulo Afonso na Bahia; Petrolina, Ouricuri e Serra Talhada em Pernambuco

Baixo São Francisco

Estende-se de Paulo Afonso à foz, no Oceano Atlântico, compreendendo áreas dos Estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.

Nessa região ocorre uma nítida mudança na distribuição anual das chuvas, que nas proximidades do oceano se distribuem por todo o ano, embora mais concentradas no outono e inverno, enquanto que, no seu interior, os meses chuvosos são os de verão.

Altitude: 200m ao nível do mar
Sub-bacias: Ipanema e Capivara
Vegetação: caatinga no trecho mais alto e mata na região costeira
Pluviosidade: 800 a 1.300mm
Chuvas: inverno de março a setembro
Temperatura média: 25ºC
Evaporação: 2.300mm
Clima: tropical semi-úmido
Principais cidades: Jeremoabo na Bahia; Pesqueira e Bom Conselho em Pernambuco; Propriá e Nossa Senhora da Glória em Sergipe; Arapiraca e Penedo em Alagoas

Hidroelétricas

O rio São Francisco possui seis grandes hidroelétricas. A primeira fica ainda em Minas Gerais e as demais no Nordeste. Sua produção de energia ultrapassa os 8.800MW de geração.

Nome e Produção

Três Marias

387,6MW

Paulo Afonso

2460MW

Sobradinho

1050MW

Moxotó

439,2MW

Itaparica

1500MW

Xingó

3000MW

Livro: Um lugar chamado Canastra – Instituto Pró-Carnívoros

Clique na imagem abaixo e baixo o PDF

Foto capa: Adriano Gambarini

Este livro é produto do projeto O lobo da Canastra, um programa de educação ambiental desenvolvido em conjunto com a comunidade do entorno do Parque Nacional da Serra da Canastra – MG. O projeto é financiando pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e coordenado pelo Instituto Pró-Carnívoros em parceria com a Universidade de Brasília.

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Um comentário

  1. Tadeu Pinto Mendes

    É uma belíssima área de preservação. Ao meu ver deveriam fazer reintrodução de espécies como a anta que existia outrora e foram extintas por caçadas. O mesmo no tocante ao veado-campeiro que possui números bem abaixo do normal, devido à caçadas no passado como também na convivência com o gado do qual contraiam febre aftosa e lhe causavam grande mortandade.

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