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sábado, 27 abril 2024

INPI reconhece Denominação de Origem para cafés da Canastra (MG)



Por Equipe Cafépoint – Giro de Notícias

Na última terça-feira (19), o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) divulgou o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Denominação de Origem (DO), para o café em grãos crus, beneficiados, torrados e torrados e moídos da Região da Canastra (MG).

O reconhecimento, publicado na Revista da Propriedade Industrial (RPI) nº 2.750, beneficia produtores de dez municípios mineiros: Medeiros, Bambuí, Doresópolis, Pimenta, Piumhi, Capitólio, São João Batista do Glória, Vargem Bonita, São Roque de Minas e Delfinópolis.

“Com esse reconhecimento, poderemos ampliar nossos negócios e agregar mais valor aos produtos. Vamos seguir os protocolos definidos e buscar um maior equilíbrio dos processos de manejo, cumprindo os requisitos ambientais, sociais e trabalhistas. Como resultado, os consumidores continuarão desfrutando da qualidade dos nossos produtos e os cafeicultores poderão aprimorar seus modelos de produção”, afirma José Carlos Bacili, engenheiro agrônomo, produtor e presidente da Associação dos Cafeicultores da Canastra (Acanastra).

Com esse registro, o INPI chega a 117 Indicações Geográficas, sendo 83 Indicações de Procedência (todas nacionais) e 34 Denominações de Origem (25 nacionais e 9 estrangeiras).

A região

De acordo com as informações apresentadas ao INPI pela Associação dos Cafeicultores da Canastra, a maioria das lavouras de café da região está em relevo plano e suave ondulado, com declividades que variam entre 0 e 8%. A região delimitada possui grande variação de altitude, com plantios feitos na altitude mínima de 602 m e máxima de 1.052 m. As áreas de relevo suavizado são abruptamente interrompidas pelo paredão da Canastra e, após essa elevação, novamente se distribuem em superfícies planas.

A temperatura média na região é de 20,8°C, com mínima e máxima anuais de 14,1°C e 27,5°C, respectivamente. A precipitação total média é de 1.461 mm. A Canastra possui tipos climáticos úmidos, em que o índice de umidade varia entre 20 e 80.

O plantio na região ocorre predominantemente entre outubro e dezembro, sendo a colheita possível entre maio e setembro. O café deve ser cultivado em sistema de sequeiro, ou seja, lavouras submetidas à irrigação, de qualquer modelo, não são permitidas.

O desenvolvimento da cafeicultura na região é fruto do trabalho intenso da Acanastra, em parceria com o Sebrae Minas, que viabiliza diversas ações para promover a identidade do território e implementar práticas para a melhoria contínua da qualidade do produto e para a disseminação de práticas sustentáveis na atividade.

O produto

As condições climáticas da região conferem aos cafés da D.O. Canastra os atributos de aroma e sabor predominantes de mel, frutas amarelas, frutas tropicais, chocolate ao leite, frutas cítricas com nuances de castanhas, limão, cravo e laranja. A doçura é alta, com notas de açúcar mascavo e cana de açúcar em equilíbrio, com acidez elevada e predominantemente cítrica. Já o corpo da bebida é denso, cremoso e sedoso, com finalização longa e doce.

Devido a essas características únicas, em 2022, a Acanastra, com apoio do Sebrae Minas, deu entrada ao pedido de registro de IG no INPI. A documentação demonstrou, na análise sensorial pelo método Specialty Coffee Association (SCA), que, nos cafés naturais acima de 84 pontos, tal resultado dependia da altitude, especialmente entre 800 e 900 m. Diante disso, foi determinado, no Caderno de Especificações Técnicas (CET), que o uso da D.O. Canastra é exclusivamente para cafés da espécie arábica produzidos na área delimitada que alcancem o mínimo de 84 pontos ao serem julgados pelo método SCA.

Comprovou-se, ainda, que o fator humano estava associado às tecnologias de produção, colheita e, especialmente, ao método de processamento natural, tendo em vista que a distribuição espacial da qualidade sensorial dependeu da tecnologia usada no processamento. E o café natural foi o que demonstrou ser fortemente dependente do meio geográfico.

Além disso, o café com a D.O. Canastra deve ser produzido de acordo com as normas e práticas de preservação dos recursos hídricos naturais da região, respeitando áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente.

Café da Canastra

  • 10 municípios
  • 1,1 mil produtores
  • 750 mil sacas produzidas por ano
  • 33.223 ha de área plantada – Piumhi (16.228 ha) e São Roque de Minas (5.888 há) somam, juntas, mais de 60% da área de café
  • 21.500 empregos diretos e indiretos
  • A Serra da Canastra fica localizada entre o Oeste e o Sul de Minas Gerais
  • Conheça mais @regiaocafedacanastra

Fonte: https://www.cafepoint.com.br

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